O positivismo de Auguste Comte

          O pensamento positivista de Comte

O pensador francês Auguste Comte (1798 - 1857)


          Olá, leitores. Abordaremos nos próximos parágrafos uma exposição acerca da corrente de pensamento positivista que instaurou-se pelo pensador Auguste Comte, considerado pai da sociologia e do positivismo.

1. Contextualização histórica: 

          O momento histórico de Auguste Comte é, em síntese, uma ebulição de inúmeras transformações na sociedade. Os antigos valores e pressupostos estavam adaptando-se à nova realidade do sistema capitalista que estava, cada vez mais, ganhando força. O século XIX, pautado pela grande Revolução Industrial, é o palco para o surgimento de uma nova ciência: a física social. Esta, por sua vez, tinha como missão a explicação dos fenômenos sociais ocorridas pelas grandes transformações a partir do séc. XIX e seu antecessor. Comte compreende  a necessidade de uma ciência que possa explicar a realidade em constante transformação que ele se encontra.
          Nesse contexto uma dualidade era bastante evidente: a desconstrução e a reconstrução. A primeira levaria ao anarquismo moral e político e o segundo seria o ideal, pois seria a reconstrução que levaria ao Estado positivo final desejado. Ademais, teoria também acerca de duas tendências: crítica e orgânica. A primeira estaria relacionada com a criação de rivalidades políticas que seriam hostis à organização da ordem social vigente. Por sua vez, o segundo seria o estado desejado da adoção, sem resistência, da reconstrução pautada no positivismo com o lema de "ordem e progresso"

2. Os princípios da física social/sociologia:

          Em síntese, Comte irá beber do método das ditas "Ciências Naturais" com o seu rigor científico e a formulação de leis gerais para explicar as partes (método holístico). Além disso, nos retrata que o trabalho com a sociologia deve ter uma metodologia científica: observação, experimentação e formulação de leis. O sociólogo deve formular hipóteses e afastar-se de seu objeto de estudo, os fenômenos sociais, para uma melhor compreensão do mesmo. Nesse viés, quanto mais objetivo for melhor será, pois não é tolerada a carga subjetiva do pesquisador em suas análises. 
          Outrossim, expõe que as "Ciências Naturais" devem ser tomadas por referência porque atingiram o último estágio do desenvolvimento humano: o positivo. Vale ressaltar e elucidar sua lei dos três estágios onde elenca, respectivamente, o progresso do "pensar" humano: teológico (explicação religiosa), metafísico (explicação por abstrações que ultrapassam os limites da ciência) e, finalmente, o positivo (estágio desejado para uma sociedade que almeja ter progresso).

3. As divisões da sociologia e seu método de análise:

          Comte nos propõe que a sociologia deve ser dividida em duas: estática e dinâmica, onde a segunda é subordinada à primeira. A estática diz respeito ao estudo do ordenamento social em que a sociedade encontra-se (o objetivo é que seja a ordem positiva). Nesse viés, a dinâmica está relacionada com a análise das mudanças, ao decorrer da história, para que fosse estabelecida a ordem atual. Como e de que forma chegamos aonde estamos? Responderá a dinâmica.
Vale ressaltar que a história é de suma importância para o Comte, pois ela é a fundamentação do seu método histórico-comparativo para a análise dos fenômenos sociais e a formulação de leis gerais. Considera a História da Europa como referencial comparativo para as demais sociedades, como objetivo a ser atingido e desconsidera as diferenças entre as sociedades na sua organização. O método histórico-comparativo e o método de classificação (os fenômenos gerais ou particulares) são o alicerce da teoria positivista.

4. Considerações finais:

          A perspectiva positivista de Comte nasce como resposta de uma sociedade em transformação, compreendendo-se como processos definidores a revolução industrial e o processo de instauração definitiva do capitalismo. O pensador propõe uma reformulação das instituições e relações sociais a partir de tal eixo teórico. Auguste Comte, sem sombra de dúvidas, influenciou imensamente as Ciências Humanas como um todo, reconhecendo seu científico.

Referências: 

SALLES, Nara Oliveira. DIÁLOGOS EPISTEMOLÓGICOS: a perspectiva de auguste comte e émile durkheim. CS ONLINE – Revista Eletrônica de Ciências Sociais, Juiz de fora, n. 20, p. 42 – 56, 2015
       

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